segunda-feira, 21 de abril de 2008

Tema da redação da FUVEST 2008

não adianta só "sequestrar carbono"..é preciso reduzir a emissão.

Banco Real alia investimento com recuperação de matas ciliares
O fundo de investimentos Floresta Real, lançado na semana passada pelo banco Real, é a primeira aplicação no Brasil em que parte do rendimento será paga em créditos de carbono. O investidor que mantiver sua aplicação por três anos no fundo receberá ao final do período o valor financeiro equivalente a um crédito de carbono para cada R$ 25 mil investidos. Os créditos de carbono serão gerados pelo Programa Floresta Real, um projeto de recuperação da mata ciliar de rios da Bacia do Rio Juquiá na região de Registro, interior de São Paulo), por meio do plantio de árvores nativas. Serão créditos gerados por projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), no âmbito do protocolo de Kyoto. Segundo Victor Hugo Kamphorst, consultor socioambiental do Banco Real, a metodologia para recuperação de área devastada já é aplicada em países da Ásia, como China, Índia e Malasia. O projeto do Banco Real está em fase de PDD (Project Design Document — documento de concepção do projeto) e ainda precisa da aprovação do governo brasileiro para posteriormente ser enviado para registro na ONU. A estimativa do consultor é que o registro seja aprovado entre 12 e 14 meses. Kamphorst conta que, no momento estão sendo catalogadas 11 áreas das quais cinco serão escolhidas para esta primeira fase. No modelo proposto, é feito um contrato com o proprietário das terras com usufruto do banco Real, que passa a ser titular dos créditos de carbono que venham a ser emitidos. A metodologia é a de seqüestro de carbono — como é conhecido o processo de captura do gás carbônico da atmosfera durante o crescimento das árvores. “As mudas, produzidas pela população da região, serão plantadas em maio”, conta. Em dois ou três meses as novas mudas estão prontas para o plantio. Além da recuperação da mata ciliar, os proprietários das terras arrendadas pelo banco terão a receita da venda das mudas e da colheita dos frutos dos pés de palmito-juçara, “assim o projeto cumpro com a necessidade de gerar adicionalidades, uma das regras para o MDL”, lembra Kamphorst. As áreas recuperadas serão transformadas em RPPN (reservas Particulares do Patrimônio Natural), o que significa que não poderão mais ser desmatadas. Das cinco áreas selecionadas, apenas uma, a maior, será utilizada para os projetos de MDL, explica o especialista. As outras quatro serão recuperadas, mas não terão registro na ONU, o seqüestro de carbono resultante será usado para compensação voluntária das emissões do Banco Real. “Nossa necessidade é de 100 hectares por ano”, estima. Em 2007, as emissões de gases de efeito estufa do banco Real atingiram 49.740 toneladas de CO2e (dióxido de carbono equivalente). “Menos que nos anos anteriores, apesar de nosso crescimento em número de funcionários e de agências”, diz. Em 2005, quando do primeiro inventário de emissões, o banco registrou cerca de 53 mil toneladas de CO2e, volume que caiu para 52 mil em 2006, conta o especialista.
Publicado em 18/3/2008 21:32:08

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